Laudo confirma a causa da morte de casal encontrado em banheira de motel em SC: “Foram…Ver mais

Após quase dois meses de incertezas, a morte do policial militar Jeferson Luiz Sagaz, de 40 anos, e de sua esposa, Ana Carolina Silva, de 39, finalmente teve sua causa esclarecida. Os laudos periciais divulgados nesta quarta-feira, 1º de outubro, confirmaram que o casal faleceu em consequência de uma combinação letal: uso de álcool e cocaína, agravado pela imersão prolongada em uma banheira com água a 50ºC.

O caso, que intrigava a Polícia Civil de Santa Catarina desde agosto, ganhou contornos trágicos não apenas pelas circunstâncias inusitadas, mas também pelo impacto emocional causado em familiares, colegas e amigos. Jeferson e Ana foram encontrados mortos dentro de uma suíte de motel às margens da BR-101, em São José, região metropolitana de Florianópolis, no dia 11 de agosto.

Na época, muitas hipóteses foram levantadas. Não se descartava, por exemplo, a possibilidade de suicídio ou até de uma morte acidental por eletrocussão. A ausência de sinais de violência nos corpos apenas aumentava as dúvidas. Agora, com a conclusão da perícia, o desfecho foi classificado como uma fatalidade resultante da soma de fatores.

De acordo com os peritos, o casal perdeu a consciência após o consumo das substâncias e, já debilitado, não conseguiu reagir à alta temperatura da água. O chamado “colapso térmico” teria levado à falência múltipla de órgãos. “A imersão prolongada em ambiente aquecido, associada ao estado de intoxicação, criou um cenário irreversível”, destacou o relatório.

Com os resultados, a sequência da tragédia pôde ser reconstruída. A suspeita é que, depois de usarem álcool e cocaína, Jeferson e Ana tenham entrado na banheira para relaxar. Em algum momento, perderam os sentidos. Sem consciência, permaneceram expostos à água quente, o que agravou ainda mais o quadro clínico até a morte.

O caso comoveu a comunidade catarinense. Jeferson era policial militar havia mais de 15 anos e atuava na Academia de Polícia Militar da Trindade, em Florianópolis, onde ajudava a formar novos soldados. Colegas de farda descrevem o militar como dedicado e respeitado. Ana, por sua vez, era dona de uma esmalteria e conhecida pelo carisma no bairro onde morava.

Juntos havia duas décadas, eles deixaram uma filha de apenas quatro anos.

Desde que os corpos foram encontrados, a família vivia dias de angústia em busca de respostas. Amigos próximos relataram surpresa diante das circunstâncias, já que o casal era descrito como unido e sem histórico de problemas graves.

A demora na divulgação dos laudos alimentou boatos e versões desencontradas, que agora perdem espaço diante das conclusões oficiais.

A Polícia Civil deve encerrar o inquérito com base nos laudos. Para os investigadores, não há indícios de crime ou participação de terceiros. “Trata-se de uma morte acidental, provocada pela soma de intoxicação e exposição ao calor”, resumiu um delegado envolvido no caso.

Apesar do encerramento da investigação, a tragédia deixa uma marca profunda em Florianópolis e região. A morte precoce do casal, que parecia levar uma vida estável e feliz, é lembrada como um episódio de choque coletivo. Para a filha pequena, a ausência dos pais se tornará a lembrança mais dolorosa.

O caso Sagaz, enfim, chega ao seu desfecho oficial, mas a história continua ecoando como um alerta sobre os riscos do consumo de drogas aliado a circunstâncias extremas.

CONTINUAR LENDO →