Trabalhador é encontrado m0rto dentro de silo de ração, ele foi completamente comi…Ver mais
Os acidentes de trabalho continuam entre as principais causas de mortes e lesões graves em todo o Brasil, especialmente em setores industriais, agrícolas e de processamento de alimentos. A rotina em ambientes com alto risco exige atenção constante, treinamento e equipamentos adequados — mas, muitas vezes, pequenas falhas ou descuidos se tornam fatais.
Foi o que aconteceu em Santa Catarina, onde um trabalhador morreu após cair em um silo de ração, em um trágico episódio que chocou a comunidade local e reacendeu o debate sobre segurança ocupacional.
O acidente aconteceu na noite da sexta-feira, 3 de outubro, no bairro
Ribeirão Basílio, em Rio do Sul, município localizado no Vale do Itajaí. De acordo com informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros Militar, a vítima realizava atividades ligadas ao abastecimento de um alimentador, instalado na base da estrutura, quando acabou perdendo o equilíbrio e
caiu dentro do silo.
A construção, segundo o relatório dos bombeiros, tinha aproximadamente seis metros de largura, seis metros de comprimento e quatro metros e meio de profundidade. Testemunhas relataram que, após a queda, o trabalhador chegou a pedir socorro, mas os colegas não conseguiram alcançá-lo a tempo, devido à posição do equipamento e ao acúmulo de ração no interior da estrutura.
Quando as equipes de resgate chegaram, o corpo da vítima já estava parcialmente soterrado pela ração, que, por conta do processo de fermentação, atingia uma temperatura média de 40°C, o que dificultou ainda mais o trabalho de salvamento. A operação de resgate durou cerca de 30 minutos
e envolveu o uso de cordas, polias e de uma máquina carregadeira da própria empresa, utilizada para retirar o conteúdo acumulado e permitir o acesso ao interior do silo.
Apesar do esforço das equipes, o trabalhador foi encontrado sem vida, a cerca de três metros de profundidade. O
Instituto Geral de Perícias (IGP) e a Polícia Civil foram acionados logo em seguida para realizar os procedimentos legais e iniciar a apuração das causas do acidente. Até o momento, a identidade da vítima não foi oficialmente divulgada.
Esse tipo de ocorrência, segundo especialistas em segurança do trabalho, é
mais comum do que se imagina e está frequentemente relacionado à ausência de protocolos adequados para entrada em espaços confinados, onde o risco de soterramento e falta de oxigênio é elevado. Normas como a NR-33, que estabelece medidas de prevenção em ambientes desse tipo, determinam que nenhuma operação deve ocorrer sem ventilação adequada, monitoramento de gases e uso de cintos de segurança com sistemas de ancoragem.
O episódio em Rio do Sul reforça a necessidade de fiscalização mais rigorosa e de investimentos contínuos em treinamento. Cada morte no ambiente de trabalho representa uma tragédia evitável, um lembrete de que negligenciar regras básicas de proteção pode custar vidas. Para especialistas, somente o compromisso conjunto entre empresas, trabalhadores e órgãos públicos poderá reduzir o número de vítimas em atividades de alto risco.