A EMPREGADA GRÁVIDA E O BILIONÁRIO
O salão principal da mansão em Angra dos Reis brilhava como uma joia. Era o grande jantar beneficente anual, o evento mais comentado da temporada. Empresários, políticos e celebridades conversavam animadamente sob os imensos lustres de cristal, enquanto garçons iam e vinham com taças de champanhe.
Entre eles estava Amara, uma jovem funcionária que trabalhava havia poucos meses na casa. Grávida de cinco meses, ela insistia em continuar no serviço, apesar do cansaço evidente. As mãos trêmulas, o suor na testa e os passos lentos denunciavam que o corpo já não respondia como antes.
Mas ninguém parecia notar.
Até que — Crash!
O ruído seco de vidro se espatifando ecoou como um trovão no salão.
As conversas cessaram instantaneamente. Todos se viraram.
Amara estava imóvel, cercada pelos cacos das taças que tinha acabado de derrubar. Seus olhos, arregalados e desesperados, revelavam que aquilo era tudo o que ela mais temia.
Antes que conseguisse se explicar, uma voz cortante atravessou o salão:
— “INÚTIL!”
Era Verônica, a noiva de Hunter Cross, o bilionário dono da mansão. Elegante, arrogante e temida, ela avançou com passos duros, o vestido brilhando como uma lâmina sob a luz.
— “Eu disse ao Hunter que era um erro contratar gente como você!” — disparou.
Amara engoliu seco, tentando se levantar.
— “Me desculpe… eu… eu—”
— “Cala a boca!” — gritou Verônica, aproximando-se tanto que seus saltos quase tocaram a barriga saliente da funcionária.
Amara recuou, instintivamente protegendo o ventre.
— “Por favor… não me machuque… já está doendo…” — implorou, a voz tremendo.
O salão inteiro assistia, paralisado. Ninguém ousava intervir.
Verônica ergueu a mão, como se fosse esbofetear a moça.
Mas antes que o golpe descesse, uma voz firme e profunda interrompeu a cena:
— “Chega, Verônica.”
Todas as cabeças se voltaram.
Hunter Cross caminhava até elas. Alto, imponente, a expressão séria — mas o que mais impressionava era o olhar. Não raiva. Não fúria.
Decepção.
Verônica tentou se recompor.
— “Amor, você viu o que essa garota fez! Ela—”
— “Você está demitida.”
O salão inteiro ficou mudo.
— “O quê?” — ela riu, incrédula. “Hunter, isso só pode ser—”
Os seguranças se aproximaram, atendendo ao gesto discreto dele.
Dessa vez, Verônica não riu.
— “Você não pode estar falando sério! Por causa de uma empregadinha?!”
Hunter não respondeu. Não precisou. A frieza em seu rosto falava por ele.
Verônica foi escoltada para fora, ainda protestando, enquanto os convidados fingiam não olhar — embora todos observassem cada detalhe.
Quando o tumulto finalmente cessou, Hunter se agachou ao lado de Amara.
— “Consegue ficar de pé?” — perguntou, com uma gentileza que surpreendeu a jovem.
Ela assentiu, embora tremesse como uma folha.
Ele a ajudou a se levantar, com cuidado para não assustá-la ainda mais.
— “Você precisa ver um médico,” disse ele suavemente. “E… de um lugar seguro.”
Amara o encarou, confusa.
— “Senhor… por quê? Não sou nada para o senhor.”
Hunter hesitou por um breve instante. Seus olhos escuros vacilaram, revelando algo que ele parecia lutar para esconder.
— “Não deveria ser ignorada. E… ninguém deveria falar com você daquele jeito.”
Amara sentiu uma onda de alívio, mas também de medo — medo do que aquilo significava.
Porque aquela noite, que começou com humilhação e dor, terminaria guardando um segredo que poderia mudar o destino de ambos — um segredo sobre o passado de Hunter, o verdadeiro motivo de sua fúria silenciosa… e o porquê de ele não conseguir tirar os olhos da barriga dela.

