‘Pastor’ suspeito de matar jovem de 26 anos fazia batismos na mesma região em que corpo foi achado

Até mesmo no meio religioso, situações dramáticas podem acontecer e surpreender fiéis e comunidades inteiras. Em Boa Vista (RR), a prisão de um homem que se apresentava como pastor e líder espiritual levantou questionamentos sobre a fronteira entre fé e aparência.

Andreson Bezerra, apontado pela polícia como principal suspeito da morte de Ana Paula Oliveira da Silva, de 23 anos, realizava pregações, cantava em cultos e fazia batismos na região do rio Cauamé, o mesmo local onde o corpo da jovem foi encontrado.

De acordo com a Polícia Civil, Andreson conhecia bem o rio e costumava usá-lo em cerimônias religiosas, o que levantou suspeitas de que ele tenha levado Ana Paula até o local onde o crime aconteceu.

Inicialmente tratado como um possível caso de afogamento, o episódio passou a ser investigado como feminicídio após a análise de imagens, testemunhos e detalhes da cena. As investigações também revelaram um perfil duplo do suspeito.

Apesar da imagem de pastor, Andreson frequentava bares e locais associados à prostituição e ao consumo de bebidas alcoólicas, comportamento que, segundo a polícia, contrastava com o papel religioso que ele assumia publicamente.

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A Ordem Estadual dos Ministros Evangélicos de Roraima informou não ter registro de que o homem fosse pastor oficialmente ordenado. A prisão ocorreu no bairro Sílvio Leite, zona oeste da capital, durante a Operação Arcanum, que envolveu várias forças de segurança.

Em depoimento, Andreson afirmou ter conhecido Ana Paula em um bar e negou envolvimento na morte, alegando que apenas deu carona à vítima. O caso continua em investigação, e a polícia busca esclarecer as circunstâncias do crime que abalou a comunidade religiosa local.

Enquanto isso, o episódio reacende o debate sobre pessoas que se apresentam como líderes espirituais sem reconhecimento oficial, levantando um alerta sobre o risco da fé cega em falsos guias.

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