A Justiça de São Paulo determinou que Ricardo Mendes desocupe um dos imóveis que pertenceram à ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, que faleceu em 2023. O viúvo está no meio de uma disputa com os pais do atleta em relação à herança, que é estimada em cerca de R$ 25 milhões. De acordo com as denúncias, ele teria permissão para um dos apartamentos de Walewska sem a devida autorização, ou que desencadeou essa controvérsia judicial.
A decisão foi proferida pelo juiz Gustavo Henrique Bretas Marzagão, da 35ª Vara Cível. A ação judicial foi movida pela empresa WM Serviços Esportivos LTDA, da qual Walewska era sócia. A notícia foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo e gerou grande repercussão, evidenciando o quão tensa é essa disputa.
O apartamento em questão está localizado em um condomínio na Bela Vista, um dos bairros nobres de São Paulo. O juiz afirmou que “Ricardo não tinha posse do imóvel e nem poderes para, em nome próprio ou não, alugar o imóvel a terceiros.” Essa é uma situação bastante complicada, envolvendo não apenas questões legais, mas também emocionais. Mendes, por sua vez, defende-se dizendo que a ação é “ilegítima” e alegações de que o apartamento foi alugado com o consentimento da própria Walewska. sinalizou que pretendia requerer a decisão, indicando que a batalha judicial está longe de terminar.
Walewska, que foi campeã olímpica, morreu tragicamente em setembro do ano passado após cair do prédio onde morava. Na época, ela estaria passando por uma fase difícil em seu relacionamento com Ricardo. Esse contexto só torna a situação mais delicada, principalmente agora, com os pais do atleta lutando para garantir que o viúvo não se beneficie financeiramente da herança.
Um dos fatores que complicam ainda mais o caso é o fato de que Walewska não deixou um testamento formal. Contudo, ela escreveu quatro cartas, cada uma destinada a uma pessoa especial em sua vida. Em uma dessas cartas, a ex-jogadora expressou insatisfação com seu casamento com Ricardo. Essas revelações foram desenvolvidas para intensificar a disputa pela herança, pois os pais dela utilizam essas informações como argumento para tentar impedir que o viúvo tenha direito aos bens.
O portal Notícias da TV acompanhou o desenrolar deste caso e trouxe à tona diversos detalhes. Segundo os advogados que representam os pais de Walewska, há uma discordância em relação à decisão judicial que nomeou Mendes como inventariante da herança. O advogado chegou a se referir a ele como “indigno” devido a algumas atitudes consideradas questionáveis. Ele afirmou que Ricardo não se prontificou a considerar o corpo da esposa, deixou os documentos e pertences dela na recepção do prédio para que os familiares os recolhessem e não ofereceu suporte financeiro ou ajuda na organização do velório e do enterro. Contudo, ele foi ágil em solicitar a abertura do inventário.
De acordo com a legislação brasileira, a participação sobrevivente tem preferência na administração do inventário. Como Walewska não tinha filhos, Ricardo foi automaticamente nomeado para gerenciar os bens deixados por ela. Ele solicita a abertura do inventário apenas 12 dias após a morte do atleta, ou que incomodou profundamente os pais dela, que questionou essa rapidez e seu interesse.
Outro ponto importante a ser mencionado é que a morte de Walewska está sendo investigada como “morte suspeita” após a queda do 17º andar do prédio onde reside. Os pais do jogador acreditam que Mendes possa ter influenciado a decisão de Walewska de tirar a própria vida. Eles acessam as cartas que ela deixou e acreditam que o conteúdo delas pode ser decisivo para provar que Mendes não deve ser considerado digno de participar do processo de inventário.
A situação, de fato, é extremamente triste e complexa, envolvendo não só questões jurídicas, mas também emocionais e familiares. Disputas como essa, infelizmente, acabam trazendo à tona sentimentos e mágoas profundas que vão além do valor monetário em questão. Os pais de Walewska estão certos de lutar para que os bens da filha não saiam nas mãos do viúvo, e essa batalha está sendo marcada por acusações e revelações que deixam o caso cada vez mais delicado.
O cenário é agravado pela falta de um testamento claro que pudesse indicar os desejos de Walewska em relação ao destino de seu patrimônio. As cartas, que são mencionadas como uma espécie de última manifestação de vontade, são usadas pela família para tentar reverter as decisões judiciais solicitadas a Ricardo, mas o viúvo insiste que tudo foi feito com consentimento da esposa em vida.
Em meio a tudo isso, a Justiça tem que lidar com a dificuldade de interpretar os interesses de Walewska baseando-se em cartas que, embora possam ser relevantes, não substituem a clara de um testamento oficial. O viúvo, por sua vez, argumenta que, como participação, possui direitos legítimos sobre o patrimônio que construíram juntos durante o tempo que serviram como casados.
Enquanto a investigação sobre a morte de Walewska segue seu curso, os ânimos permanecem acirrados entre as partes envolvidas. A disputa legal ganha cada vez mais atenção da mídia, trazendo à tona não apenas os aspectos financeiros, mas também os detalhes íntimos e dolorosos de uma relação que terminou de forma trágica.
A decisão final sobre quem ficará com o controle da herança e como o patrimônio será dividido ainda demoradamente, pois a possibilidade de recursos judiciais é alta. Até que tudo seja resolvido, a memória de Walewska, que foi um grande atleta e inspiração para muitos, permanece como um símbolo de uma vida marcada pelo sucesso no esporte, mas também por uma complexa rede de relacionamentos e disputas familiares.
No fim das contas, situações como essa ressaltam a importância de se ter um planejamento sucessório claro, para que disputas e conflitos emocionais não se sobreponham ao luto e às homenagens que poderiam ser prestadas na memória da pessoa que partiu. Por agora, a história de Walewska continua a ser contada não apenas por suas conquistas, mas também pela luta de seus familiares por justiça e por aquilo que considera ser seu direito.