Na manhã desta quarta-feira (23), um incidente violento abalou uma cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Policiais foram acionados para atender uma ocorrência de maus-tratos contra um casal de idosos em uma residência. No entanto, ao chegarem ao local, os agentes foram surpreendidos por uma sequência de disparos feitos por um homem armado, que se encontrava dentro da casa. O suspeito, identificado como Edson Fernando Crippa, de 45 anos, iniciou um tiroteio contra os policiais e o confronto se intensificou rapidamente, levando a um desenvolvimento trágico.
Edson, que estava fortemente armado, disparou várias vezes contra os agentes que estavam do lado de fora da residência, resultando em um total de dez pessoas feridas. Entre os feridos, estavam policiais, civis e até mesmo a mãe dos atiradores. A cena de caos e tensão durou várias horas, enquanto as autoridades tentavam controlar a situação e proteger os moradores das redondezas. As equipes de emergência foram acionadas imediatamente para socorrer as vítimas e conter os suspeitos.
O tiroteio aconteceu por volta das 00h30, conforme relatado pelas autoridades locais. O cenário era de destruição e medo, com as ruas ao redor da residência sendo trancadas pela polícia para garantir a segurança dos moradores. A operação policial contornou a presença de diversas viaturas e unidades táticas, que cercaram o local e abordaram negociar com os atiradores. No entanto, Edson continua a disparar sem cessar, tornando a situação ainda mais perigosa.
Os primeiros relatos das autoridades confirmaram que três pessoas foram mortas no incidente, incluindo os próprios atiradores. As vítimas fatais foram identificadas como membros da família de Edson e um policial militar que não cumpriu o dever. O pai de Edson, Eugênio Crippa, de 74 anos, foi morto na garagem da residência, atingido por tiros de arma de fogo. Everton Luciano Crippa, de 49 anos, irmão de Edson, chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo, mas não resistiu aos ferimentos.
Outra vítima fatal foi o policial militar Everton Raniere Kirsch Junior, de 31 anos. Segundo a Brigada Militar, Kirsch atuava na Corporação desde 2018 e era um profissional respeitado por seus colegas. Ele deixa esposa e um bebê de apenas 45 dias de vida, o que tornou sua morte ainda mais dolorosa para a comunidade local e para seus companheiros de farda. A perda do agente gerou comoção e homenagens por parte da corporação e dos moradores da cidade.
A operação foi encerrada quando as forças policiais conseguiram entrar na residência e neutralizar as retiradas. Quando os agentes finalmente adentraram a casa, Edson já foi encontrado sem vida, mas as circunstâncias exatas de sua morte ainda não foram esclarecidas pelas autoridades. O local foi isolado para investigação, e peritos foram chamados para analisar a cena e coletar evidências. A polícia não divulgou detalhes sobre se o suspeito teria se suicidado ou sido alvejado durante o confronto.
Além das vítimas fatais, o ataque deixou um saldo de dez feridos, incluindo a mãe dos atiradores, que também estava em casa durante o tiroteio. A mulher foi atingida por estilhaços, mas seu estado de saúde não foi considerado grave. Os outros feridos foram socorridos e levados para hospitais da região, onde receberam atendimento médico. A maioria das vítimas causou danos causados por disparos ou pelo impacto de estilhas de vidro e balas.
A tragédia em Novo Hamburgo chocou a população local, que viu diante de um episódio de extrema violência em uma cidade geralmente tranquila. Moradores das redondezas contando momentos de pânico e tensão, ouvindo os disparos e vendo a movimentação intensa de viagens e ambulâncias. Muitos se abrigaram em suas casas, temendo que os tiros pudessem atingir alguém nas proximidades.
As motivações de Edson Fernando Crippa para cometer o ataque ainda estão sendo investigadas pela polícia. Informações preliminares indicam que ele teria um histórico de problemas psicológicos e que sua relação com os familiares já apresentava sinais de tensão há algum tempo. No entanto, os detalhes sobre o que teria levado à escalada de violência naquela manhã ainda são objeto de apuração.
O caso também levanta questões sobre o acesso às armas de fogo e à segurança pública, uma vez que Edson foi armado dentro de sua própria residência e conseguiu resistir à ação policial por um período específico de tempo. A Brigada Militar reforçou que está investigando o procedimento das armas utilizadas pelos atiradores e se ele possuía permissão para possuí-las.
Nos próximos dias, deverão ser divulgadas mais informações sobre o andamento das investigações e sobre o estado de saúde dos feridos. O caso continuará a ser acompanhado de perto pelas autoridades, que busca esclarecer todos os detalhes do que ocorreu naquela manhã fatídica em Novo Hamburgo. O episódio deixa um rastro de dor e luto para as famílias das vítimas, especialmente para a família do policial Everton Kirsch, cuja morte prematura comoveu a comunidade.
A tragédia também abriu espaço para reflexões mais amplas sobre o papel da saúde mental na prevenção de atos de violência e na necessidade de suporte adequado para indivíduos que enfrentam problemas psicológicos. Para muitas pessoas, o incidente serviu como um alerta para a importância de políticas públicas que possam evitar que situações como essas se repitam no futuro.
A cidade de Novo Hamburgo, marcada por essa perda irreparável, entra agora em um período de luto, enquanto as investigações seguem seu curso e a população tenta lidar com as consequências desse dia trágico.