O papa Francisco, que enfrenta sérias questões de saúde, foi diagnosticado com pneumonia que acomete ambos os pulmões. Em um contexto que remete a decisões importantes de sua trajetória, o pontífice revelou que, logo após ser eleito em 2013, assinou um documento no qual previa a possibilidade de renúncia caso sua condição física comprometesse o desempenho de suas funções papais. Este documento, entregue ao então secretário de Estado do Vaticano, Tarcísio Bertone, permanece como uma medida preventiva para um cenário em que sua saúde venha a impedir o exercício pleno de suas atividades.
Em entrevista concedida ao jornal espanhol ABC, realizada em 2022, o próprio papa confirmou a existência dessa carta, relatando que, após assumir o papado, prontamente formalizou essa decisão. Apesar de não saber exatamente o destino do documento – que, segundo suas suspeitas, estaria atualmente em poder do cardeal Pietro Parolin, seu sucessor natural no comando da Secretaria de Estado – a iniciativa evidenciou sua preocupação com os riscos inerentes à sua avançada idade e eventuais complicações de saúde.
Na esfera clínica, a situação do pontífice se agravou nos últimos dias. O papa foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, na sexta-feira, 14 de fevereiro, inicialmente por apresentar sintomas de bronquite. Poucos dias depois, na terça-feira, 18 de fevereiro, os exames confirmaram a presença de pneumonia bilateral, caracterizando um quadro no qual ambos os pulmões foram afetados pela infecção. Essa condição, considerada grave, exigiu um rigoroso acompanhamento médico, tendo sido intensificada por complicações decorrentes do quadro respiratório.
Segundo o boletim médico divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, a noite do dia 21 de fevereiro transcorreu sem intercorrências significativas. Na manhã seguinte, foi registrado que o papa se levantou e tomou o café da manhã, sinalizando uma melhora leve em sua rotina diária. Em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira, 20 de fevereiro, os especialistas ressaltaram que, apesar de continuar hospitalizado desde o início da internação, o pontífice se encontrava apirético – sem febre – e com os parâmetros hemodinâmicos mantidos estáveis. Ainda que persistam focos de pneumonia, o comunicado enfatiza que o papa continua respirando de forma autônoma e que o funcionamento de seu coração permanece robusto.
Com 88 anos, o papa Francisco tem enfrentado esse delicado momento com a seriedade que a situação requer. As autoridades vaticanas e a equipe médica mantêm um monitoramento constante, garantindo que todas as medidas necessárias sejam adotadas para preservar sua saúde. Ao mesmo tempo, a divulgação desses detalhes reforça o compromisso do Vaticano com a transparência, permitindo que a comunidade internacional e os fiéis acompanhem de perto cada atualização do quadro clínico do pontífice.