Candidata a prefeita é morta durante transmissão ao vivo

Em alguns países, o calor das campanhas eleitorais vai muito além das divergências ideológicas e discursos inflamados atinge níveis extremos de violência, onde a disputa por poder se transforma em risco de vida. O mais recente episódio dessa realidade alarmante ocorreu no México, onde uma candidata à prefeitura foi brutalmente assassinada enquanto cumprimentava eleitores em plena ação de campanha.

Yesenia Lara Gutiérrez, representante do partido governista Morena, foi morta a tiros na noite do último domingo, dia 11 de maio, durante um evento político em Texistepec, estado de Veracruz.

O ato contava com marcha de apoiadores, motociata e estava sendo transmitido ao vivo pelo Facebook quando os disparos começaram. A tragédia deixou ainda outras três vítimas fatais, incluindo um homem e sua filha, além de ao menos três feridos.

Segundo autoridades locais, cerca de 20 tiros foram disparados por dois criminosos que, segundo suspeitas da imprensa mexicana, teriam ligações com o narcotráfico que domina partes da região.

Os motivos exatos do crime ainda não foram oficialmente esclarecidos. A governadora do estado, Rocío Nahle, se manifestou, afirmando que os responsáveis pelo atentado serão encontrados e levados à justiça.

“Foram quatro mortos e três feridos. Encontraremos os culpados por este ato covarde”, publicou. O assassinato de Yesenia se soma a uma sequência de ataques contra políticos mexicanos.

Apenas nas últimas semanas, outros membros do partido Morena foram executados em eventos de campanha. A escalada de crimes contra candidatos tem exposto a fragilidade do processo democrático em regiões dominadas por interesses criminosos.

Com eleições marcadas para 1º de junho, a insegurança se torna uma ameaça real à representatividade. No México, ser candidato não é apenas uma escolha política é, muitas vezes, um ato de coragem com risco de morte.