Amigo de gari assassinado por empresário revela detalhes do crime

O sentimento de indignação tomou conta de Minas Gerais após o assassinato de Laudemir de Souza Fernandes, gari de 44 anos, durante o trabalho. A revolta não é apenas pelo crime em si, mas pelas circunstâncias que antecederam o disparo, reveladas por um amigo que presenciou tudo.

O caso, que já mobilizou protestos e repercussão nacional, reacendeu debates sobre violência, intolerância e desrespeito a trabalhadores que atuam nas ruas. Thiago Rodrigues, colega de trabalho e amigo próximo da vítima, contou que a equipe fazia a coleta de lixo no bairro Vista Alegre quando um carro de luxo se aproximou.

O motorista, identificado como o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, aparentava pressa. Thiago pediu paciência e orientou a motorista do caminhão a dar espaço para que ele passasse.

Segundo o relato, Renê se irritou, sacou uma arma e ameaçou atirar caso algo acontecesse com o veículo. Thiago afirmou que tentou acalmar a situação e alertou: “Você vai dar um tiro na mulher trabalhando? Vai matar ela dentro do caminhão?”.

O empresário seguiu adiante, mas logo retornou questionando se os garis “duvidavam” dele. O amigo diz ter repetido três vezes: “Vai atirar? Você vai matar a gente trabalhando?”. Pouco depois, o disparo foi feito contra Laudemir.

Renê fugiu do local e, conforme apurado, foi treinar em uma academia de bairro nobre. O empresário, que não possuía porte de arma, é casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, que também passou a ser investigada

Enquanto o caso segue nas mãos da Justiça, a comunidade de Contagem e Belo Horizonte cobra respostas e reforça a necessidade de respeito e segurança para profissionais que dedicam suas vidas ao trabalho nas ruas. A memória de Laudemir, descrito como um homem trabalhador e querido, agora se torna símbolo da luta contra a violência gratuita.

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