Após médico ser chamado às pressas, Carlos Bolsonaro pede orações pelo pai

Na noite desta segunda-feira (29), uma postagem nas redes sociais feita pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) acendeu um alerta sobre o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o filho, a família avalia a necessidade de levá-lo a um hospital após uma crise de soluços acompanhada de quatro episódios de vômito, descritos pelo próprio Bolsonaro como os mais intensos que já enfrentou. A mensagem rapidamente viralizou e provocou uma onda de manifestações de preocupação e solidariedade de apoiadores em todo o país.

Carlos relatou que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estava ao lado do marido no momento do mal-estar, tentando deixá-lo mais confortável até a chegada de um médico particular à residência da família. “Estou com minha família avaliando a necessidade de levar meu pai novamente ao hospital”, escreveu o vereador, pedindo orações pela recuperação do ex-presidente. A publicação foi feita pouco depois das 22h, horário em que seguidores passaram a compartilhar mensagens de apoio com a hashtag #ForçaBolsonaro, que entrou para os assuntos mais comentados do Twitter.

O episódio reacende a preocupação com a saúde de Bolsonaro, que desde a facada sofrida em 2018, durante a campanha presidencial, já passou por pelo menos cinco cirurgias abdominais. Desde então, crises de soluço, dores abdominais e episódios de refluxo têm se tornado recorrentes, exigindo acompanhamento médico frequente. Em 2021, o ex-presidente chegou a ser internado em São Paulo após um quadro semelhante de obstrução intestinal, que também provocou vômitos e soluços persistentes. A reincidência levanta questionamentos sobre possíveis complicações tardias relacionadas ao atentado.

Embora o comunicado de Carlos Bolsonaro tenha dado detalhes preocupantes, até o fechamento desta reportagem não havia confirmação oficial de internação hospitalar. Fontes próximas ao núcleo familiar afirmam que a decisão sobre deslocamento para um centro médico dependeria da avaliação clínica a ser feita em casa. A equipe médica que acompanha Bolsonaro regularmente tem experiência com seus quadros anteriores, o que pode evitar deslocamentos desnecessários e, ao mesmo tempo, garantir segurança imediata ao paciente. Ainda assim, a possibilidade de uma nova internação não foi descartada.

O clima de apreensão dentro da família contrasta com a postura adotada por Bolsonaro em declarações públicas recentes. Nos últimos meses, ele manteve uma agenda intensa de encontros políticos e viagens, mesmo após ter declarado que sentia desconfortos recorrentes no sistema digestivo. Médicos consultados por nossa reportagem, que não fazem parte da equipe do ex-presidente, explicam que crises de soluço acompanhadas de vômito podem estar associadas a distúrbios gástricos, obstruções intestinais ou até mesmo efeitos colaterais de intervenções cirúrgicas anteriores. Segundo os especialistas, embora nem sempre representem risco imediato, episódios repetitivos exigem investigação detalhada.

A notícia da crise de saúde também provocou reações no cenário político. Aliados próximos demonstraram preocupação e prestaram solidariedade nas redes sociais, enquanto opositores, mesmo críticos de sua trajetória, desejaram pronta recuperação. Analistas apontam que o episódio reforça a imagem de fragilidade de Bolsonaro, que tem buscado se manter ativo politicamente apesar das adversidades. A mobilização da base de apoio, evidenciada pela avalanche de mensagens de incentivo, mostra como a saúde do ex-presidente ainda é um fator de mobilização e impacto no debate público.

Enquanto a família aguarda a avaliação médica, apoiadores organizam correntes de oração e prometem vigílias virtuais em solidariedade. A expectativa é de que nas próximas horas seja divulgado um boletim oficial informando se haverá necessidade de internação. Até lá, prevalece a incerteza sobre a evolução do quadro clínico. O episódio reforça, mais uma vez, a vulnerabilidade do ex-presidente diante das complicações que o acompanham desde 2018 e levanta questionamentos sobre como sua condição de saúde pode influenciar seus próximos passos políticos.

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