É por este motivo que apenas 7 mulheres em todo o mundo podem usar branco ao lado do papa

A recente visita do Rei Charles III e da Rainha Consorte Camilla ao Vaticano despertou curiosidade entre admiradores da realeza, principalmente por um detalhe visual que chamou atenção: o traje inteiramente preto usado por Camilla ao encontrar o Papa Francisco. O encontro, realizado a portas fechadas no dia 10 de abril, durou cerca de 20 minutos e foi descrito como breve e privado, em razão do estado de saúde do pontífice.

A escolha de vestimenta de Camilla gerou questionamentos nas redes sociais, especialmente quando comparada às roupas brancas frequentemente utilizadas por outras monarcas europeias em ocasiões semelhantes.

A diferença não é apenas estética, mas sim fundamentada em um protocolo tradicional do Vaticano, conhecido como “il privilegio del bianco”, ou “o privilégio do branco”, em português.

Essa antiga regra concede a determinadas mulheres o direito de vestir branco em audiências com o Papa. Trata-se de um privilégio restrito a rainhas e princesas que pertencem a casas reais católicas.

Atualmente, apenas sete mulheres têm essa permissão: entre elas estão a Rainha Letícia da Espanha, a Rainha Mathilde da Bélgica, a Grã-Duquesa Maria Teresa de Luxemburgo, e a Princesa Charlene de Mônaco, além de outras duas rainhas eméritas cujos maridos já não exercem funções reinantes.

O Papa Francisco em encontro com a Princesa Charlene de Mnaco em janeiro de 2016 Foto Getty Images

O Papa Francisco em encontro com a Princesa Charlene de Mônaco em janeiro de 2016

No caso da monarquia britânica, a tradição religiosa é um fator determinante. O Rei Charles III, além de ser monarca, é também o chefe supremo da Igreja Anglicana, denominação que se separou da Igreja Católica no século XVI.

Assim, Camilla, como consorte de um rei anglicano, não se enquadra entre as figuras que podem desfrutar do privilégio de se vestir de branco diante do líder da Igreja Católica.

O Papa Francisco em encontro com o Rei Charles e a Rainha Consorte Camilla em abril de 2025 Foto Getty Images

O Papa Francisco em encontro com o Rei Charles e a Rainha Consorte Camilla em abril de 2025

A distinção reforça não apenas aspectos religiosos e históricos, mas também ressalta a importância dos códigos de etiqueta que ainda regem encontros entre a nobreza e autoridades religiosas.

Embora o gesto de Camilla siga o protocolo esperado para uma consorte não católica, ele evidencia como a tradição e a religião continuam a influenciar fortemente os símbolos e cerimônias da monarquia europeia.