Fim do metanol: empresa japonesa irá fornecer ao Brasil antídoto para metanol e as…Ler mais

Em meio à crise nacional provocada por casos de intoxicação por metanol, o Brasil passará a contar com um novo e mais eficaz antídoto. A empresa japonesa Daiichi-Sankyo será a primeira fornecedora oficial de fomepizol ao país, medicamento considerado a alternativa mais moderna e segura em relação ao etanol farmacêutico, atualmente o único disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar esse tipo de envenenamento.

O anúncio foi feito neste sábado (4) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que confirmou a aquisição de 2.500 ampolas do fármaco. O lote emergencial será importado diretamente do Japão após negociações conduzidas pelo governo federal com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)

. A decisão ocorre em meio ao aumento de notificações de intoxicação, principalmente em São Paulo, onde bebidas adulteradas com metanol têm causado mortes e internações.

De acordo com apuração da CNN Brasil, a fornecedora escolhida é a Daiichi-Sankyo Co. Ltd., sediada em Tóquio, com mais de um século de atuação no setor farmacêutico global.

A empresa é reconhecida por sua contribuição em pesquisas nas áreas de oncologia, doenças cardiovasculares e inovação em tratamentos de emergência médica. Essa será a primeira vez que o produto da companhia chega oficialmente ao Brasil para uso clínico.

Atualmente, o fomepizol não possui

registro sanitário na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que exigiu a abertura de um edital de chamamento internacional para localizar fornecedores dispostos a atender a demanda brasileira. O edital previa a compra de ampolas de 1,5 ml, com concentração de 1.000 mg/ml

, visando suprir hospitais públicos e unidades de pronto atendimento do SUS.

O medicamento é considerado mais moderno e seguro que o etanol farmacêutico, pois foi desenvolvido especificamente para bloquear os efeitos tóxicos do metanol no organismo. Diferentemente do etanol, que compete de forma indireta com o álcool tóxico, o fomepizol

atua inibindo diretamente a enzima álcool desidrogenase, responsável por converter o metanol em compostos altamente venenosos, como o formaldeído e o ácido fórmico. Ao impedir essa conversão, o fármaco reduz drasticamente o risco de danos neurológicos e falência renal.

Além disso, especialistas destacam que o fomepizol

não causa os efeitos colaterais associados ao tratamento com etanol, como sedação, hipoglicemia e desorientação, o que facilita o manejo clínico e permite melhor monitoramento do paciente. Por esse motivo, o antídoto já é amplamente utilizado em países da Europa, América do Norte e Ásia

, onde faz parte dos protocolos de urgência em casos de envenenamento por metanol e etilenoglicol.

Segundo Padilha, o governo brasileiro entrou em contato com dez agências regulatórias internacionais e sete empresas privadas para acelerar a negociação e garantir o fornecimento. A expectativa é que as ampolas cheguem ao país nos próximos dias, sendo distribuídas prioritariamente para

estados com maior número de casos notificados, como São Paulo e Pernambuco. “Estamos tomando todas as medidas para salvar vidas e garantir acesso rápido ao tratamento mais eficaz disponível”, afirmou o ministro.

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