A música brasileira perdeu neste domingo, 20 de abril, uma de suas intérpretes mais discretas e respeitadas. Cristina Buarque, irmã de Chico Buarque e filha do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, faleceu aos 74 anos, deixando uma marca profunda no samba carioca e em seus admiradores.
Conhecida por sua resistência aos holofotes, Cristina foi uma artista dedicada a preservar a riqueza das composições menos conhecidas da música nacional, valorizando a essência e a poesia que muitas vezes ficam à margem do sucesso comercial.
Em nota oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o falecimento da cantora, ressaltando a importância de sua trajetória para a valorização da cultura popular brasileira.
Cristina era reconhecida por interpretar de maneira única obras de compositores consagrados do samba, contribuindo para que os ritmos dos morros do Rio de Janeiro encontrassem eco no coração do público.
A notícia da morte foi confirmada por seu filho, Zeca Ferreira, que usou as redes sociais para homenagear a mãe, exaltando sua integridade e paixão pela música.
Embora a causa da morte não tenha sido inicialmente divulgada, informações do jornalista Mauro Ferreira indicaram que Cristina enfrentava complicações decorrentes do tratamento de um câncer de mama.
O velório e a cerimônia de cremação foram organizados para esta segunda-feira, 21 de abril, no Crematório Memorial do Carmo, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro.
A despedida começou às 14h na Capela 6 e a cremação teve início às 17h. Apesar de ter nascido em São Paulo, Cristina vivia em Paquetá, onde seguia seu estilo de vida reservado, focada em dar voz a músicas e histórias que, de outra forma, poderiam se perder no tempo.
A partida de Cristina Buarque representa não apenas uma perda pessoal para sua família e amigos, mas também um silêncio doloroso na música brasileira, lembrando da importância de preservar e valorizar aqueles que dedicam suas vidas à autenticidade cultural.