Mulher desaparecida há 8 anos foi vítima de feminicídio, confirmam as autoridades

Após quase oito anos de incerteza, a família de Rosilene Duarte da Silva finalmente obteve informações sobre o paradeiro da mulher, desaparecida desde 2017. Infelizmente depois de tantos anos ainda nutrindo esperanças, os familiares da vítima receberam a pior notícia possível neste tipo de caso. O companheiro dela, Manoel Pereira da Silva, que havia sido condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver, foi preso nesta quarta-feira. Durante a ação policial, ele revelou o local onde havia escondido o corpo, que agora passará por exames de DNA para confirmar a identidade.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, além de cometer o assassinato, Manoel usou o celular de Rosilene para enviar mensagens aos familiares, tentando simular que ela ainda estava viva.

A condenação pelo crime aconteceu em 2024, mas, até então, ele nunca havia informado o paradeiro do corpo, o que manteve a família com esperanças de encontrá-la com vida.

O impacto da revelação foi profundo para os parentes, que durante anos se agarraram a incertezas e versões contraditórias apresentadas pelo acusado. Nos primeiros meses após o desaparecimento, Manoel manteve contato com a família da vítima, negando qualquer envolvimento e criando diversas versões sobre o paradeiro dela.

Com o tempo, ele se afastou, mas a mãe de Rosilene nunca deixou de acreditar que a filha poderia estar viva. O relacionamento entre Rosilene e Manoel era turbulento, marcado por conflitos constantes, mas o homem sempre conseguia contornar as situações e manter a relação.

Pessoas próximas relatam que ele aparentava ser um parceiro ideal, o que dificultava que qualquer suspeita recaísse sobre ele. A defesa do acusado acompanhou a prisão para garantir que seus direitos fossem respeitados e afirmou que não fará declarações sobre a localização do corpo, pois ainda não teve acesso ao processo.

A polícia informou que os restos mortais encontrados foram levados para análise no Instituto Médico Legal, onde serão realizados exames periciais para comprovar se realmente pertencem à vítima.

Manoel estava foragido desde novembro de 2024, quando foi condenado à revelia. Ele foi encontrado escondido em uma propriedade rural na região de Paranã, onde também foram apreendidas armas de fogo.

Durante a captura, ele confessou que o corpo de Rosilene havia sido deixado em um local às margens da TO-374. Um segundo homem, de 36 anos, que se identificou como dono de uma espingarda encontrada no local, também foi detido, mas liberado após pagar fiança.

A busca pelos restos mortais contou com o trabalho de equipes especializadas, incluindo a 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa, a 8ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado e a 8ª Delegacia Regional de Dianópolis.

A área indicada pelo acusado apresentava dificuldades de acesso, mas, após intensas buscas, os policiais localizaram ossos humanos que foram enviados para exames periciais.

O Ministério Público detalhou que Manoel teria matado Rosilene utilizando um objeto cortante e ocultado o corpo na região de Dueré. O réu foi formalmente denunciado em 2022 e julgado em novembro de 2024.

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Como não compareceu ao julgamento, foi considerado foragido e teve sua prisão decretada para o cumprimento da pena, que inclui os crimes de feminicídio, ocultação de cadáver e descumprimento de medidas protetivas.

A expectativa agora é de que os exames confirmem a identidade dos restos mortais encontrados, trazendo um desfecho para a família que há anos busca respostas sobre o paradeiro de Rosilene.

Enquanto isso, o caso reforça a necessidade de medidas eficazes para a proteção de mulheres em relacionamentos abusivos, além do combate à impunidade em casos de violência doméstica.