Pai de vítima do desafio do TikTok faz desabafo comovente; ele precisou ser amparado durante a despedida

A morte precoce de Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, no Distrito Federal, provocou uma onda de comoção e acendeu um alerta urgente sobre os riscos que envolvem o uso de redes sociais por crianças.

A menina foi vítima de um desafio perigoso que circulava no TikTok, conhecido como “desafio do desodorante”, que consiste na inalação do produto em excesso e que já foi associado a outros casos de óbito ou internações em diversos países.

No dia 10 de abril, após sofrer uma parada cardiorrespiratória, Sarah deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia. Apesar dos esforços médicos para reanimá-la por cerca de uma hora, não houve resposta, e a morte cerebral foi constatada ainda no mesmo dia, com o óbito confirmado oficialmente três dias depois.

Em meio ao luto, o pai da menina, Cássio Maurílio, apontou as plataformas digitais como responsáveis indiretas pela tragédia. Para ele, a liberdade com que conteúdos de alto risco circulam na internet representa um novo tipo de ameaça, especialmente para o público infantil.

Ele lamentou que, ao contrário de épocas passadas em que os perigos eram físicos e externos, hoje eles estão presentes dentro de casa, através das telas. Infelizmente casos como este não são incomuns.

Apesar de impor limites ao uso de celular pela filha, o pai reconheceu que o controle total é difícil, e que poucos segundos de exposição a conteúdos inadequados podem ter consequências devastadoras.

O episódio traz à tona um debate urgente sobre o papel das redes sociais na propagação de desafios virais e a responsabilidade das empresas que administram essas plataformas.

Especialistas em segurança digital têm alertado sobre a vulnerabilidade das crianças frente a conteúdos manipulativos, que muitas vezes parecem inofensivos à primeira vista.

O caso de Sarah, além de doloroso, deixa um alerta poderoso sobre a importância de supervisão constante, educação digital nas escolas e um papel mais ativo das plataformas tecnológicas no combate à disseminação de conteúdos perigosos.

O sonho da menina, que desejava ser médica para salvar vidas, agora se transforma em símbolo de um clamor por maior proteção à infância em tempos digitais.