Reynaldo Gianecchini recentemente abriu o coração ao relembrar um dos momentos mais difíceis de sua carreira na televisão, trazendo à tona um desafio que enfrentou durante as gravações de uma novela marcante.
Aos 51 anos, o ator veterano refletiu sobre a pressão que enfrentou enquanto trabalhava na novela “Da Cor do Pecado”, um sucesso da Rede Globo exibido em 2004. Embora tenha sido uma obra de grande impacto, os bastidores contavam uma história diferente para Gianecchini.
Durante essa fase, ele passou por uma intensa sobrecarga de trabalho, o que acabou resultando em sérios problemas de saúde mental. O ator revelou que foi vítima de um ataque de Burnout, um esgotamento extremo provocado pelo excesso de estresse no trabalho.
Em uma entrevista recente ao videocast *Selfie Service*, Gianecchini compartilhou mais detalhes sobre esse período. O desafio, segundo ele, foi agravado pelo fato de interpretar dois personagens gêmeos na novela, o que dobrava a carga de cenas que precisavam ser gravadas.
Cada dia de gravação era exaustivo, mas houve um em particular que ficou marcado na memória do ator. Naquele dia, ele chegou a gravar cerca de 30 cenas em um único turno, sem pausas. O ritmo frenético era tão intenso que não havia espaço para adiamentos.
Gianecchini descreveu o impacto desse dia em sua saúde mental. Ele conta que, diante de tanto estresse, seu cérebro simplesmente não aguentou, e ele teve um colapso. Naquele momento, percebeu que não conseguiria continuar com as gravações sem algum tipo de intervenção.
Felizmente, ele pôde contar com o apoio da equipe de produção. Eles estavam cientes da situação delicada e fizeram o possível para ajudá-lo a continuar. No entanto, a pressão da direção da novela para que seguisse com as cenas persistia.
Para minimizar o impacto, a solução sugerida foi que ele gravasse as cenas uma por uma, em vez de tentar finalizar tudo de uma só vez. Isso ajudou, mas o desgaste físico e emocional continuava presente em cada novo dia de trabalho.
Gianecchini ainda se lembra do quanto se sentiu mal por acreditar que estava prejudicando o trabalho de seus colegas de elenco. Ele sabia que sua eficiência era crucial para o andamento das gravações, e isso só aumentava sua frustração.
Essa sensação de estar atrapalhando os outros gerou nele uma profunda angústia. Gianecchini contou que não conseguia segurar as lágrimas e, em muitos momentos, pediu desculpas aos colegas pelo ritmo mais lento.
O ator também refletiu sobre o peso emocional de não conseguir finalizar uma cena de forma contínua. Ele lamentou o quanto essa situação era desgastante não só para ele, mas também para seus parceiros de cena.
Apesar dos pedidos de desculpa e do desejo de melhorar, Gianecchini revelou que sentia uma necessidade urgente de descansar, mas as demandas da novela não permitiam. Era um ciclo vicioso de cansaço e esforço.
Concluindo seu desabafo, o ator disse que fazer novela é, de fato, uma experiência árdua, que exige muito do físico e do emocional. Para ele, aquele período foi uma das provas mais difíceis que já enfrentou em sua carreira.
A história de Gianecchini é um lembrete do impacto que a pressão e o estresse podem ter na vida de artistas, muitas vezes forçados a ultrapassar seus próprios limites para atender às demandas de produções intensas como as novelas.