Tristeza e dor: Adolescente de 16 anos m0rre após dar grau na moto com…Ver mais
O trânsito brasileiro enfrenta diariamente desafios que vão além da infraestrutura e da fiscalização. Entre os mais preocupantes está o comportamento imprudente de motociclistas que, em busca de adrenalina ou reconhecimento nas redes sociais, realizam manobras perigosas como o “grau” — ato de empinar a motocicleta com a roda dianteira suspensa. Embora seja popular entre jovens, essa prática representa um risco extremo, tanto para quem a executa quanto para terceiros.

Foi justamente esse tipo de imprudência que culminou em uma tragédia em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, no dia 16 de setembro. Kemily Geovanna de Oliveira Alves, uma adolescente de apenas 16 anos, perdeu a vida após o veículo em que estava como passageira ser atingido por um carro em um cruzamento. O condutor da moto, também menor de idade, realizava a manobra de “grau” no momento da colisão, segundo relatos de testemunhas.
Uma vida interrompida: quem era Kemily Geovanna
Kemily era uma jovem cheia de sonhos, como tantas outras adolescentes brasileiras. Sua morte precoce não apenas devastou familiares e amigos, mas também gerou comoção na comunidade local. A tragédia reacendeu o debate sobre a responsabilidade no trânsito, especialmente entre os jovens que ainda não possuem habilitação e, muitas vezes, pilotam sem capacitação adequada ou consciência dos riscos envolvidos.

A cultura do “grau” e seus perigos
A manobra de “grau” ganhou popularidade nas periferias urbanas e nas redes sociais, onde vídeos de motociclistas empinando suas motos acumulam milhares de visualizações. O problema é que, fora de ambientes controlados, essa prática se torna uma ameaça real. Executá-la em vias públicas, especialmente em cruzamentos e áreas de tráfego intenso, é uma violação grave das normas de trânsito e pode resultar em acidentes fatais — como o que vitimou Kemily.
Além disso, muitos dos praticantes são adolescentes que ainda não possuem habilitação, o que agrava a situação. A ausência de preparo técnico e emocional para lidar com situações de risco torna esses jovens vulneráveis e perigosos para si e para os outros.
Responsabilidade compartilhada: sociedade, família e poder público
A tragédia em Ponta Grossa levanta uma questão urgente: quem deve ser responsabilizado? Embora o adolescente que conduzia a moto tenha cometido uma infração gravíssima, é preciso olhar para o contexto mais amplo. A fiscalização de trânsito precisa ser mais eficiente, especialmente no que diz respeito à circulação de menores pilotando veículos. Famílias também têm papel fundamental na orientação e supervisão dos filhos.
Por outro lado, campanhas educativas voltadas para jovens motociclistas são essenciais. Mostrar os riscos reais, com dados e histórias como a de Kemily, pode ser uma forma eficaz de conscientizar e evitar novas tragédias.
Um alerta que não pode ser ignorado
A morte de Kemily Geovanna não pode ser apenas mais um número nas estatísticas de trânsito. Ela representa o custo humano da imprudência, da negligência e da falta de políticas públicas eficazes. É preciso transformar essa dor em ação — seja por meio de leis mais rígidas, fiscalização mais presente ou educação mais acessível.
Enquanto manobras como o “grau” continuarem sendo vistas como entretenimento e não como infração, vidas continuarão sendo perdidas. Que a história de Kemily sirva como um alerta para todos: o trânsito é um espaço de responsabilidade, não de exibição.